terça-feira, 15 de março de 2011

O encontro entre o Mar e a Lua


Hei de morrer de amor,
pois descobri no amor, o Mar.
Descobri na ausência, a dor,
enquanto o mar não me tocar.

Mar de amor de imenso azul,
neste azul vou me afogar.
No horizonte, o norte ao sul,
dimensão do meu amar.

Mar de juras e promessas,
de oferenda à Oxalá,
Ouvidor de minhas preces,
Aqui estou a te encontrar

Testemunham as estrelas
o amor que do Mar nasceu.
Preocupadas se perguntam
se a Lua para tê-lo, morreu.

Mais tranquilas observam,
que o brilho não se apagou.
Notam agora o próprio reflexo,
consequência do amor.

"Se és Mar e eu sou Lua,
brilho só pra te encontrar!"
São os gritos dessa Lua,
oferecendo-lhe o luar.

Despeço-me das estrelas:
"Nesse mar vou me atirar!
Meu destino, meu mergulho,
é brilhar no fundo do mar..."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Infinito Presente


Como platéia, te assisto enquanto dorme,
cabelo jogado no rosto, peito a mostra sob o lençol,
Silhueta marcando a camisola...
Transparecem os contornos perfeitos do vale pálido que se forma
no espaço de aroma doce que vai dos seus ombros ao seu quadril.

No silêncio de sua respiração, lenta, calma,
palavras mudas se formam...
Insonoras, gritam o prazer de logo agora,
Instante passado presente na memória...
Seu suor no meu corpo é testemunha do orvalho do éden que nasce em você.

Semi acordado me perco no sonho,
Vivencio a sinestesia dos sentidos que despertas em mim...
O sabor de seu cheiro... O aroma marcante do seu gosto...
Toque sútil de desejo com pitadas equilibradas de cardamomo e gengibre.
Seu corpo é feito especiarias... Especial.

Embreagado pela confusão de cores, sabores e aromas,
Rendo a tocar-te sem que assim te desperte.
Conduzo-te ao meu sonho com minhas mãos...
Embalo-te aos meus desejos com o simples calor do toque dos nossos corpos.

Néctar do amor, fonte da vida
Força dosada, pegada sentida
Auge do prazer...

Embarco nesse sonho vivido...
No êxtase do reencontro de sua alma com a minha.

Viramos então, os dois, um só.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Suspiro


Como um suspiro:

Escolha inconsciente,

Desejo latente,

Instinto,

Começo e final de tudo o que é ser.


Como um suspiro:

Devaneio,

A margem do meio,

Arrego de si,

Vontade de sonhar, ir além.


Como um suspiro:

Energia pulsante,

Olhar penetrante,

Raio de sol,

O enquanto e o quanto; Prazer.


Como um suspiro:

Doce,

Leve,

Breve,

Inspiração romântica de passagem,

Despretensão cheia de vontade,

Acordei, sonhei, suspirei...

Você.

sábado, 25 de setembro de 2010

Conversando com Deus

Você está pronto agora?

Você realmente quer saber as respostas para as perguntas que tem feito?

Tem feito muitas perguntas...

Está zangado...

Eu falo com todos...

O tempo todo...

Em suas próprias vozes.

A questão é: Quem ouve?

Da montanha mais alta, Eu gritei.

Do lugar mais baixo, o Meu sussurro foi ouvido.

Através dos corredores da existência humana essa verdade ecoou.

O Amor é a resposta.

Você projetou o papel de pai em Deus e assim criou um Deus que julga, recompensa ou pune.

Você criou um Amor com base no medo, e este Amor baseado no medo domina as suas experiências.

Na verdade, as cria.

Você precisa do medo para ser, fazer, e ter o que é intrinsecamente correto?

Você previsa ser ameaçado para ser bom?

E o que é ser bom?

Quem dita isso?

Eu lhe digo que é você quem faz as regras.

Você traça as diretrizes.

O amor é tudo.

Sim, você já ouviu isso, mas nas horas difíceis, de preocupação, de dúvida ou medo, você prefere esquecer.

Você devia responder à pergunta: O QUE O AMOR FARIA AGORA?

Viver a vida sem expectativas, sem a necessidade de resultados, isso é liberdade!

Lembre-se: Você está constantemente se recriando.

A cada momento você decide quem e o que é.

Você decide isso através das escolhas que faz sobre o que você gosta.

O que o Amor faria agora?

Responda essa pergunta, e Eu estarei lá, sempre, de todas as formas...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Versos Simples (Mesmo que o Sol se Ponha Mais Tarde)


Procuro em palavras me compreender,

Sinto espaços em mim a preencher.


Luto os dias pra me reencontrar,

E encontrar em mim mesmo, motivos pra sonhar.


No caminho sonhos se tornam ilusões,

Imagens se perdem enfrentando emoções.


E quanto mais me esforço no caminho das verdades,

Menos espaços pra irrealidades.


Sigo preenchendo espaços comigo,

Tornando o mais forte inimigo, em um amigo.


Sei que muito ainda falta ser feito,

Sei que muito ainda não é direito.


E do muito que falta fazer,

Sei que há alguém a saber,

Como eu, que um espaço guardado,

Mais do que um sonho idealizado,

São as conquistas da vida,

Num amor compartilhado.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

quem planta colhe

Eu nem imaginava
Que a vida fosse me trazer histórias
Que nem sonhava ouvir
Ou me atrevesse a contar

Eu nem imaginava
Que aparecesse tantos becos
Quase sem saída mostrando que na vida
Tem que se virar, se virar como a terra
Que não derrama o mar, que não desvia os rios
Nem os trilhos do lugar
Se virar pra colher o que foi plantado
E receber o seu fardo
Ou o brilho de um reino encantado

Eu nem imaginava
Pelos caminhos que andei
O espinho e o pranto
Aprendi do tanto que amei
E eu que imaginava
Que a vida fosse uma charada
Pensei que sabia tudo
Sem saber da estrada
Hoje sei que a vida é uma semente
Quem planta colhe o perfume da flor
Ou o veneno da serpente

Eu nem imaginava girar como a terra
Que não derrama o mar, que não desvia os rios
Nem os trilhos do lugar
Se virar pra colher o que foi plantado
E receber o seu fardo
Ou o brilho de um reino encantado
Eu nem imaginava.
Found at: FilesTube

Música de Juraildes da Cruz

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Merdas da Vida


...a sensação é de que a merda se juntou. Tomou aquela forma de bolo fecal após nutrir meu organismo e agora, finalmente, saiu!
E tenho que admitir que saiu e saiu FEDENDO!
Aliás, mais do que fedendo... é tanta merda que acumulei ao longo da vida que me dou ao luxo de mais uma fétida analogia: Saiu como se eu tivesse travado o rabo guardando todo esse cocô, que explodiu como uma panela de pressão! Espalhando merda pra tudo o que é lado!
Não... não se preocupem aqueles que estavam presentes nos primeiros capítulos da formação da merda: O Processo de Alimentação. Quem escolheu a dieta fui EU!
Os almocinhos e jantarzinhos, até cafézinhos da manhã e sorvetinhos depois do cinema.
Afinal, precisava me alimentar de alguma coisa... toda essa merda vem de algum lugar!
Bom, deixando de lado os nutrientes celulares de meu organismo (que depois viraram merda), ater-me-ie ao fato de que DEU MERDA!!
E é exatamente nesse ponto em que percebo a importância de tamanha merda. Mesmo que fedida e espalhada.
Durante o tempo de condensação, reflexão, digestão, ou seja lá o nome que essa merda deva levar, acabei me dando conta de que A MERDA FAZ PARTE DA VIDA!!!
Precisamos é defecar os excessos! Excretar os insumos desnecessários!
Excessos engordam e estouram artérias enquanto os insumos desnecessários atrapalham na digestão do que é realmente útil.
...é claro que podemos exagerar pra suprimir a existência da merda, mas até assim (e inclusive exatamente assim) que ela fica maior e mais danosa.
Contemplando todo esse cocô, vejo que só a consciência do cocô simplesmente não basta se nada fizermos com ele. Virar a cara pra bosta não vai fazer com que feda menos! A merda continua fedendo se não limpar!!
E qual é o problema da merda??
Todo mundo caga, e caga pra caramba!
Triste aqueles que passam a vida trancando a própria merda ou até mesmo fingindo que nunca ficaram com a mão amarela de peidar na hora e lugar "errados". Cocô guardado apodrece e mata de dentro pra fora, e peido não peidado dá gases! Eu pelo menos tenho cólicas homéricas se não peidar...
Isso, além daqueles que passam a vida limpando a merda dos outros. Às vezes precisamos ser egoístas e cuidar da nossa própria merda, para que essa não venha a ser cagada toda vez no banheiro dos outros (de vez em quando tudo bem, mas toda a hora é sacanagem!). Cuidar da merda dos outros é muito útil pra não ter que olhar e sentir o aroma da própria bosta... é tão autruísta quanto o suicídio.
Desse merdalhal espalhafatoso inevitavelmente alguns sentem o cheiro, e tem até os mais próximos que se dispõem a ajudar a limpar.
O mais louco disso tudo é que nesse contato proporcionado pela Merda (que agora já leva letra maiúscula por se tornar um entidade), nos humanizanos.
Percebemos que apesar de meu cocô ser mais marrom e de toda a repulsa que as merdas da vida geram, é tudo merda! Se é merda, já serviu de alimento pra alguém, em algum momento.


Da próxima vez, ao invés de colocar a merda numa panela de pressão, vou procurar utilizá-la de adubo para meu jardim. Na pior das hipóteses vai fazer com que as flores sejam mais fortes.

Até certo ponto, simplesmente nos alimentamos. A partir de certo ponto, tomamos consciência do que nos faz bem e do que nos faz mal, e ESCOLHEMOS ingerir.
Aprendi que de fato e inevitavelmente, cagamos!


...merda sempre vai ter.


O importante é o que a gente faz com elas!