Hei de morrer de amor,
pois descobri no amor, o Mar.
Descobri na ausência, a dor,
enquanto o mar não me tocar.
Mar de amor de imenso azul,
neste azul vou me afogar.
No horizonte, o norte ao sul,
dimensão do meu amar.
Mar de juras e promessas,
de oferenda à Oxalá,
Ouvidor de minhas preces,
Aqui estou a te encontrar
Testemunham as estrelas
o amor que do Mar nasceu.
Preocupadas se perguntam
se a Lua para tê-lo, morreu.
Mais tranquilas observam,
que o brilho não se apagou.
Notam agora o próprio reflexo,
consequência do amor.
"Se és Mar e eu sou Lua,
brilho só pra te encontrar!"
São os gritos dessa Lua,
oferecendo-lhe o luar.
Despeço-me das estrelas:
"Nesse mar vou me atirar!
Meu destino, meu mergulho,
é brilhar no fundo do mar..."
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